Estou preso à uma prisão chamada: eu. Onde cada partícula de
mim nunca pertenceu à este lugar. Emergindo de um mar profundo e turbulento,
preso pelas correntes das memórias que insistem em me puxar.
Eles dirão “você é forte”, “você vai ficar bem”, mas quando
alguém diz isso é porque tudo está mal. E ao invés do prometido céu, te verão
descer as escadas de um porão, observando, enquanto os mesmos fecham a porta.
A verdade é que você está só, mesmo quando lhe estenderem a
mão, ninguém deixaria de respirar pra te dar o ar, nem enfrentariam a
escuridão. A verdade é que não há ninguém, que com você trocasse de lugar pra
evitar que as suas lágrimas caíssem ou te ensinasse a viver sem ar.
E mais uma vez você se vê sem chão. E muitos dirão que valeu
a experiência. Se ser forte é sinônimo de sofrer, talvez eu queira ser um
fracassado, por não mais suportar morrer.
Eu não quero mais ser a pessoa que tem que esquecer pra não
mais chorar. Eu não quero mais ser a parte que não consegue sair do lugar. Eu
não quero mais que as lembranças e a sonoridade de um terrível “não”, seja o
que restou de nós dois, ao invés de um só coração.
Até quando a solidão vai ser o sentimento que te mantém? Até
quando você vai ser o que sempre tenta ir mais além? Mesmo machucado e tão
cansado de tentar manter alguém ao seu lado pelo tempo necessário pra querer
ficar também.
A verdade é que você está só, e só irá realmente ficar bem, quando entender
que quando precisar não terá ajuda de ninguém. Você vai descobrir sozinho que
continuar não é questão de escolha, pois estar nesse mundo é sobreviver dentro
de uma bolha.