Em meio à tempestade, meu coração aos pedaços, você se arrepende de ter conhecido o meu verdadeiro eu, de ter se entregado e mergulhado nos meus sonhos, aqueles nos quais dançamos juntos tantas vezes aquela música que hoje se tornou tortura.
Então me tranco no meu quarto e recebo o abraço daquele garoto que amo, aquele que me proporciona o verdadeiro amor, sem limites, o único amor que eu não terei que abrir mão um dia. Ele é tão complexo, é um copo de água transbordando incessantemente. Acaricío seus pensamentos dando à ele esperança de que alguém está olhando por nós, acalento suas dores e cuido de suas feridas, porém tudo o que outra pessoa veria se abrisse a porta do quarto, seria um garoto sozinho acariciando seu próprio rosto com os braços envoltos em torno de sí.
Intenso. Talvez eu seja demais pra ti, talvez eu seja demais pra mim. Então eu abro minhas mãos e o deixo escorrer pelos meus dedos, você se vira, e eu fico olhando-o seguir em frente, tentando aceitar e compreender. Talvez eu realmente seja um pouco demais pra ti.
A verdade é que eu sou um objeto de satisfação pessoal, que é deixado de lado em uma poltrona qualquer depois de se tornar desinteressante, até que eu me torne insuficiente à quem quer apenas brincar. É interessante ligar o foda-se e aproveitar o dia como se fosse o último, e cada um deles foram perfeitos ao seu lado, até você decidir ir embora. Sendo assim, eu sou melhor sozinho.
Você irá se lembrar da minha luz, do meu brilho e do meu calor, e todas as vezes que assistir ao pôr do sol, irá associá-lo à mim desaparecendo da sua vida, sem que haja amanhecer.
